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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
22/04/21 às 14h01 - Atualizado em 22/04/21 às 14h18

Abril é o mês dedicado à conscientização da amputação

Foi aos oito anos de idade que o paratleta e servidor da Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF Lucas Cardoso teve de encarar um episódio que mudou para sempre sua vida: a amputação de parte da perna direita. Tudo começou em 1986, quando, sem saber, toda sua família comeu queijo com veneno para ratos. Sua mãe foi uma das pessoas a consumir o produto, isso durante o período em que esteve gestante de Lucas.

 

Quando nasceu, o garoto foi imediatamente levado ao médico, onde foi informada sua situação sensível por conta da exposição do feto ao envenenamento. Ele não poderia sofrer nenhum tipo de acidente, caso contrário, poderia ter sérios problemas.

 

Quando morava na região da Taboquinha, distrito de Padre Bernardo (GO), o menino sofreu um acidente doméstico no banheiro de casa e foi levado à unidade de saúde. Desde então, passou a fazer uma série de acompanhamentos médicos.

 

“Depois disso passei quase seis anos usando vários aparelhos pra ver se osso voltava para o lugar, mas não foi possível”, relata. O esportista disse que a adaptação “foi um processo bastante complicado”. “Depois da primeira cirurgia fiz ainda várias. A minha primeira perna mecânica eu coloquei com dez anos de idade, mas foi um processo bastante doloroso porque doía muito. Com tempo, fui me adptando e hoje não tenho mais dificuldade”, relembra.

 

Atualmente, Lucas se diz “muito tranquilo” com relação a sua situação. “Nunca tive problema por causa da minha deficiência, sempre me aceitei do jeito que eu sou. Não sou melhor e nem pior do que ninguém, sou feliz assim. E assim vou seguindo a vida”, garante.

 

A deficiência não o impediu de se dedicar ao esporte, iniciando no futebol e no vôlei. Sua experiência no paradesporto serve de bagagem em sua atuação como assessor na Diretoria de Esporte e Lazer da SEPD, onde trabalha desde maio de 2020.

 

“Um certo dia, na faculdade, eu conheci o cara que me apresentou o vôlei sentado. Desde então nunca mais larquei”, comenta. “Graças a esse lindo esporte pude realizar vários sonhos: ser campeão, conhecer vários lugares é várias pessoas.”

 

Para ele, o Abril Laranja é um mês “que serve para as pessoas amputadas se sentirem lembrados, respeitados e valorizados”. “Independente do seu problema, o mais importante é estar vivo e viver feliz”, acrescenta.

 

Lucas deixa um recado para quem é amputado. “Você, que é amputado e tem vergonha ou não aceita o seu problema, levanta a cabeça e agradeça a Deus pela vida”, finaliza.

 

O Abril Laranja

 

A campanha Abril Laranja foi lançada em 2020 pela Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (ABOTEC), com apoio da Artemis Ortopédica e do projeto social Oficina do Conhecimento.

Ela segue a mesma cor e mês adotados pelos Estados Unidos há anos.

 

De acordo com a idealizadora, o objetivo da campanha é “somar e auxiliar nas informações e conscientização sobre a amputação com o intuito de mostrar à sociedade que existem maneiras de evitar a perda de membros”. É caso ela aconteça, o intuito é “ressaltar assuntos a respeito de como essas pessoas podem transformar suas vidas buscando melhorar a qualidade de vida”.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% das amputações realizadas no Brasil são decorrentes do diabetes, o que representa em torno de 55 mil procedimentos desse tipo por ano. Globalmente, o número é ainda mais assustador: a cada minuto, três pessoas têm alguma parte do corpo extirpada por complicações decorrentes da doença.

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